sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Rejeição


Ó filho de saturno
Tu que me bendizes amante sagrado, profano
Símbolo da persistência e persuasão.
Vós que me embriagastes com suas histórias
E na relva da escuridão iluminastes a inquietude da rejeição.

Sei que trilhei o mesmo caminho, a princípio
E mesmo de forma extemporânea
Rendia-me aos encantos de Dafne
Creio que todo homem tem dentro de si um Apollo,
Creio que toda mulher tem dentro de si uma Dafne, filha de Pneu

Que envenenada pela flecha de chumbo do cupido
Carrega em suas veias, a seiva da rejeição
O que fazer, quando em seu peito arde um fogo da flecha de ouro?
Maldito seja o cupido, maldito seja o amor

A quem estou enganando?
Bendito seja o amor, bendito seja!
Amor que me faz levantar, que me motiva continuar,
Sei que no fim minha Dafne não se tornará arvore
E esse amor enraizado dentro de mim, florescerá.


Pedro Bragança